Elas são as gêmeas mais animadas que já passaram pelo Giral. Moram pertinho de nossa sede e não medem esforços, para estarem na Organização fazendo artes. Desenham, pintam e atuam. São verdadeiras inspirações. Tanto para a arte, quanto para a vida. São crianças, mas com determinação de gente grande.
Comunicativas, as irmãs são gêmeas idênticas e entraram no Giral em março de 2017, para participar do Projeto Gente do Campo, financiado pelo Programa Criança Esperança/Rede Globo/Unesco. No início eram tímidas, mas logo começaram a mudar. Inicialmente, aproveitaram a oportunidade para pintar telas. Algumas de suas produções participaram de feiras e exposições na cidade, outras elas presentearam seus pais e a Organização.
Donas de muito talento juntaram-se as crianças do teatro e atualmente fazem parte do Grupo Teatral Girart, que está em cartaz com a Peça Maria Flor, filha de Cumadre. A peça conta a história da luta da mulher nordestina e é apresentada em lugares educativos, como escolas, centros culturais e eventos culturais – a convite. Elas gostam de ler e escrever e incentivam outras crianças à leitura, nos grupos sociais e religiosos que participam.
Mayra e Maysa sonham em ser atrizes profissionais e ajudar seus pais que passam por dificuldades para criá-las. Mesmo pequenas, já são incentivadas para a superação das condições de vulnerabilidade, e para isso, inspiram-se nos conselhos da mãe, com a reflexão de que “tentar nem sempre é conseguir, mas aqueles que conseguiram foi porque um dia tentaram”.
Seus pais afirmam que a partir da participação das meninas do Projeto Criança Esperança, além da descoberta dos talentos artísticos das crianças, elas se dedicaram mais aos estudos e melhoraram o rendimento escolar. Mayra e Maysa moram em Glória do Goitá com seus pais e uma irmã de dois anos. Estão cursando o sétimo ano do ensino fundamental, numa escola pública na cidade, onde são referências e admiradas pelos colegas e funcionários da escola.
Assim como muitas outras histórias de nordestinos, os pais das meninas contam que passaram por muitas dificuldades para criar suas filhas. Jovens e desempregados na época do nascimento das famílias recorreram a ajuda de familiares.