VII Seminário Educar para Proteger reforça a importância da informação e da atuação em rede

Na manhã desta terça-feira (27), a sede da Giral, em Glória do Goitá, sediou a sétima edição do Seminário Educar para Proteger, iniciativa que há sete anos reúne poder público, educadores, profissionais da rede de proteção e a sociedade civil em torno de um tema urgente: o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Com o tema “O silêncio que precisamos romper”, o evento deste ano reforçou o papel da informação e da educação como ferramentas para garantir direitos e combater violências.

Compondo a mesa de abertura, estiveram presentes Nazaré Martins (secretária de Assistência Social), Ana Albuquerque (Coordenadora do CRAS e Presidente do Conselho do Idoso) e Severino Martins (diretor de Ensino), ao lado de representantes da Giral e convidados. “Nosso tema nos convoca a romper o silêncio para que não haja essa subnotificação de casos. E o melhor jeito de romper o silêncio é através da informação”, afirmou Everaldo Costa, fundador da Giral, durante sua fala de abertura.

Mesas temáticas: escuta, prevenção e atuação integrada

A programação do seminário foi dividida em dois momentos centrais. A primeira mesa, com o tema “Autoproteção”, trouxe reflexões sobre o fortalecimento das crianças e adolescentes na defesa de seus próprios direitos. Chefe da Unidade de Articulação Social, Escuta Especializada e Prevenção – UNIAT/DPCA, Giselly Pereira, abordou a proteção infantojuvenil reforçando a importância da escuta ativa e da construção de vínculos de confiança: “Estejamos atentos às nossas crianças. Elas precisam de segurança, um elo de confiança para que nos vejam como porto seguro”. Já a Consultora de Políticas Públicas e Professora de Direito, Fernanda Paes, apresentou o painel sobre educação positiva, destacando o papel da informação no empoderamento infantil: “A educação positiva empodera e dá autonomia à criança. Isso fortalece essas crianças na prevenção de abusos e violências”.

A segunda mesa, com foco no fluxo de atendimento e atuação em rede, contou com as falas de Deborah Rodrigues, assistente social da Giral, e Marcela Mariz, presidenta do Conselho da Criança e do Adolescente de Pernambuco CEDCA-PE. Deborah explicou os procedimentos de notificação e o papel de cada ator no acolhimento e encaminhamento de casos. Já Marcela enfatizou a corresponsabilidade da sociedade: “São pautas sensíveis, mas que precisam ser abordadas, principalmente dentro de casa. O ECA diz que não é apenas papel do Estado proteger nossas crianças. É papel da família e da sociedade civil também”.

As mesas foram intercaladas por apresentações culturais dos projetos Educação e Vivências Inclusivas e Meninas e Meninos da Alegria em Movimento, que encantaram o público presente.

Diagnósticos e comunicação como instrumento de mobilização

Um dos pontos altos do seminário foi a apresentação dos diagnósticos situacionais dos municípios de Pombos e Glória do Goitá. Elaborados pela Giral com a colaboração dos Conselhos Tutelares e dos Conselhos Municipais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, os estudos mapeiam as violações mais comuns enfrentadas por crianças e adolescentes — como negligência, violência sexual e trabalho infantil —, além de apontar caminhos para fortalecer políticas públicas e redes de proteção.

Durante a apresentação, Everaldo Costa destacou que os diagnósticos são frutos de uma longa caminhada da Giral em prol da proteção infanto-juvenil: “É com educação que a gente protege, é com educação que nós transformamos. Esses dados nos ajudam a compreender o território e a planejar melhor nossas ações”, afirmou.

O momento também contou com a exibição do vídeo da campanha da Giral de combate ao abuso e à exploração sexual, além de produções audiovisuais criadas pelos educandos da Escola de Comunicação da Giral. Com criatividade e sensibilidade, os vídeos abordam o tema de forma simples e direta, reforçando a importância de escutar e dar voz a quem mais precisa ser protegido.

Compromisso coletivo

Ao longo da manhã, as falas e interações promovidas pelo VII Seminário Educar para Proteger reafirmaram o papel fundamental das instituições, das famílias e da sociedade na construção de uma cultura de prevenção, cuidado e denúncia. “Toda uma rede precisa ser fortalecida para continuar combatendo essas violações de direito”, disse Marcela Mariz.

Em tempos de retrocessos e ameaças à garantia de direitos, a sétima edição do Educar para Proteger lança luz sobre uma certeza: romper o silêncio é tarefa coletiva. E a educação é o primeiro passo. A iniciativa realizada pela Giral conta com o apoio do Programa Amigo de Valor – do Santander, Programa Criança Esperança, ActionAid, Itaú Social e parceria com a Prefeitura Municipal de Glória do Goitá, Conselho de Direito da Criança e do Adolescente de Glória do Goitá, CEDCA – PE, GECRIA, Rede de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes em Pernambuco, Faça Bonito e DPCA – PE.

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O Giral realiza processos que corroboram com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram adotados em 2015, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para unir forças em prol de uma Agenda Mundial de Desenvolvimento Sustentável, que deve ser cumprida até o ano de 2030. Entre eles, destacam nas ações da instituição, os compromissos com os objetivos: