Um Agosto Lilás para refletir

“Participar do Seminário Agosto Lilás foi uma experiência maravilhosa para mim. Senti-me acolhida e valorizada em um espaço onde pude aprender sobre a importância do combate à violência contra a mulher. As palestras me deram uma nova perspectiva, fortalecendo minha autoestima e me mostrando que nunca é tarde para lutar por nossos direitos e dignidade. Saí de lá mais consciente e determinada a compartilhar o que aprendi com outras mulheres.” Este foi o sentimento de Helena Mayara, depois do encontro que reuniu, na quarta-feira (dia 28), mais de 100 pessoas no auditório da ONG, em Glória do Goitá.

Com o tema Agosto Lilás: Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres o evento promovido pela Giral focou em pelo menos três propostas para reflexão: o papel da imprensa na conscientização contra esse tipo de violência; os impactos na saúde física e mental das vítimas e a rede de ajuda e proteção para encorajá-las a enfrentar o medo da denúncia. Foi uma tarde de imersão sobre a cultura machista e a histórica desigualdade de gêneros, que produzem relações tóxicas e violentas entre homens e mulheres.

No Agosto Lilás, que se comemora 18 anos da Lei Maria da Penha, o seminário trouxe dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil e em Pernambuco. A assessora de imprensa da Giral, Rose Maria, apresentou os números de atendimento do Ligue 180. O Governo Federal apresentou o balanço do primeiro semestre de 2024, com um total de 3.072 denúncias de violência contra a mulher em Pernambuco. O número aponta para uma média de 438,8 denúncias por mês e 14,6 denúncias por dia no estado.

Outro dado preocupante do seminário foi a pesquisa do DataSenado realizada em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência, destacando que, no ano passado, 30% das brasileiras tiveram sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar. Em todos os casos, os homens são os principais acusados.

Para compartilhar sua experiência como psicóloga – inclusive, participante de escutas ativas em projetos da Giral que beneficiam as mulheres –, a palestra de Larissa Tainá trouxe como a cultura da desigualdade de gênero é prejudicial à saúde física e mental das vítimas. Os painéis apresentados mostram que tudo isso causa depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumáticos. “Ver tantas mulheres reunidas, buscando conhecimento e fortalecendo umas às outras é inspirador. Juntas, podemos quebrar o silêncio, enfrentar esses desafios e criar uma rede de apoio poderosa. Somos a prova de que a mudança começa em cada uma de nós, e estou profundamente honrada em fazer parte dessa jornada com a Giral”, destacou Larissa Tainá.

O seminário teve ainda a palestra da deputada Gleide Ângelo, conhecida em Pernambuco como a “delegada de casos impossíveis”, por sua vasta experiência na investigação de feminicídios e o tempo passado na gestão do Departamento de Polícia da Mulher de Pernambuco.

Em sua fala, a deputada escolheu conversar francamente com as participantes, colocando-as frente a uma questão crucial: “As mulheres conhecem seus direitos?”. A palestra tomou outro rumo. Ganhou peso com um debate acalorado, que levou a convidada a deixar a mensagem de que as mulheres têm o direito de ser e fazer o que quiserem da própria vida. “Eu quero parabenizar a Giral pela iniciativa do seminário. A Giral faz um trabalho brilhante nos cuidados com as mulheres aqui na região e para todo o Estado. E parabéns às mulheres que estão aqui se reencontrando como pessoas de direitos”, expressou a deputada Gleide Ângelo.

O evento foi encerrado pelos mestres de cerimônia convidados, Luciene Moura, coordenadora da Escola de Moda e o professor de Corte e Costura, Jhonny Cleibson. Logo em seguida, aconteceu a caminhada do Agosto Lilás – saindo da sede da Giral, no Bairro Santa Felicidade, até a Academia da Cidade – com dezenas de alunas dos projetos da ONG. O seminário contou com o patrocínio da Volkswagen Financial Services, AstraZeneca, Instituto Ultra, Alura, Movecta, Cia Muller e parceria com o Ministério das Mulheres.

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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O Giral realiza processos que corroboram com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram adotados em 2015, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para unir forças em prol de uma Agenda Mundial de Desenvolvimento Sustentável, que deve ser cumprida até o ano de 2030. Entre eles, destacam nas ações da instituição, os compromissos com os objetivos: