O mundo da inocência de crianças e adolescentes – ameaçado pela exploração e abuso sexual dentro e fora de casa – marcou o cenário de debates do VI Seminário Educar para Proteger: Conexão com Proteção na Era Digital. O evento aconteceu no último dia 14, no auditório da organização não governamental Giral, em Glória do Goitá.
Uma das maiores referências do Terceiro Setor em Pernambuco, conseguiu reunir profissionais que atuam no sistema de garantias de direitos infantojuvenil, gestores escolares, professores, voluntários de 11 escolas públicas parceiras da Zona da Mata Norte, além de toda a equipe multidisciplinar da Giral. O tema da Era Digital e a popularidade das Redes Sociais assinalaram a grande preocupação com a vulnerabilidade das crianças, adolescentes e jovens.
“Esse é um momento extremamente importante para a gente. Nós, que temos essa convivência diária com essas crianças, adolescentes e jovens, temos esse desafio de uma escuta qualificada para identificarmos os indícios de exploração e sabermos fazer os devidos encaminhamentos”, falou na abertura do seminário, o presidente da Giral, Leonildo Moura.
Para orientar crianças, adolescentes e suas famílias a Giral criou uma cartilha com as principais dicas de educação digital, alertando sobre os cuidados na internet. A cartilha estabelece também regras aos pais e comunidade escolar, inclusive incentivando denúncias através do Disque 100.
Para a coordenadora de projetos da Giral, Renata Uchôa o momento é de “convocação e tomada de consciência” dos formadores de opinião, além de todos que ocupam espaços importantes de tomadas de decisão e de defesa dos direitos humanos, os quais não podem “normatizar” as estatísticas de crimes contra crianças e adolescente.
Em seu painel de palestra, Renata Uchôa exibiu um recorte de 2023, sobre os números de casos graves contra as crianças em Pernambuco, mas sempre destacando que os números continuam a cada dia desatualizados por diversos fatores: o medo de denunciar, o descaso das autoridades públicas e o distanciamento da proteção dessas vítimas, a maioria marcada pela inocência e vulnerabilidade do meio ambiente em que sobrevivem.