Os livros infantis são como portais mágicos: pequenos baús de tesouro que guardam lições valiosas. Mais do que isso, são a chave que abre as portas do mundo da leitura para as crianças. Com esse espírito, o escritor e ilustrador Walther Moreira tem percorrido Pernambuco, levando suas oficinas de ilustração a escolas, organizações e comunidades.
Nesta segunda-feira (02), foi a vez de compartilhar seu trabalho com a equipe e participantes das oficinas e cursos da Giral. A manhã começou com uma breve apresentação do autor, que mostrou algumas de suas obras premiadas. Em seguida, Walther mergulhou no processo criativo, desvendando o caminho que liga a construção das histórias à arte das ilustrações. Entre reflexões sobre criatividade, sensibilidade e a importância de enxergar o mundo com os olhos de uma criança, as lições fluíram como conversas de quem tem muito a partilhar.
A parte prática foi inspirada no livro mais recente de Walther, A Cinturinha da Cigarra. Na obra, pequenos insetos ajudam a abordar temas como autoestima, diversidade e auto aceitação. A partir dessa história, os participantes foram desafiados a criar, com colagens e ilustrações, novas profissões para a cigarra. O resultado? Um momento repleto de risadas, troca de experiências e um grande exercício coletivo de criatividade.
Diná Ketula, aluna das Oficinas de Arte do projeto Educação Integral, saiu da atividade com brilho no olhar: “Eu não me sentia bem com o meu desenho e com o estilo que eu fazia, né? Aí quando eu comecei a participar eu comecei a ver que o que eu fazia realmente era bom”, contou.
Já Wemisson Araújo, educador da Giral, destacou o impacto das oficinas para o trabalho educativo: “Não precisa ser um grande artista para ter essa capacidade. A criatividade permite contar histórias e criar uma interação muito interessante com a educação.”
Com mais de duas décadas de experiência ministrando oficinas pelo Brasil, Walther destacou o significado especial de trabalhar em Pernambuco: “Estar aqui é estar em casa”, disse. Ele também refletiu sobre a necessidade de levar esse tipo de atividade a lugares onde raramente chegam iniciativas culturais. “Precisamos de mais incentivo para essas ações. Nosso maior desafio hoje é formar um país de leitores.”
A manhã terminou com muitas ideias pipocando na cabeça e nos corações dos participantes. Entre histórias, aprendizados e colagens, fica a lição de que a arte tem o poder de aproximar, transformar e abrir portas – para mundos mágicos e muito além.