“Gratidão!” Essa foi a palavra repetida inúmeras vezes durante a culminância do ano e formatura do curso de corte, costura e modelagem. A celebração, marcada pela emoção, aconteceu na última sexta-feira (29) e refletiu o impacto que a iniciativa tem tido nas vidas dos participantes.
Luciene Moura, coordenadora do projeto, destacou alguns dos resultados transformadores do projeto. “A Escola de Moda vem impactando vidas de mulheres e homens de forma bem significativa, não só pelas aulas, mas também no âmbito pessoal e social. É sobre valorizar, conquistar espaços e, acima de tudo, tocar o outro. Hoje estou saindo com o sentimento de uma etapa cumprida, sabendo que isso é só um primeiro passo”, declarou Luciene, relembrando o percurso feito desde o início do projeto e o que a Escola e a Giral ainda pretendem implementar nos próximos anos.
São muitas as histórias de impacto da Escola. Durante a solenidade, algumas das formandas compartilharam suas experiências e as transformações a partir dos conhecimentos adquiridos. Orgulhosas, muitas delas exibiam os vestidos e roupas produzidas por elas mesmas durante o curso.
Dona Neide, pedagoga aposentada de 63 anos, foi inscrita na escola por suas sobrinhas. Após a perda do filho, ela encontrou na Giral um refúgio. “Antes, eu ficava muito presa em casa. Aqui, nesses dois dias da semana, eu saio, converso, e o tempo passa mais rápido”, relatou. Já com planos para o próximo ano, Dona Neide pretende se matricular no curso avançado de corte e costura. “Hoje eu saio daqui com um pedaço da Giral”, disse emocionada dona Neide, mostrando o diploma e uma miniatura de máquina de costura, que recebeu durante a solenidade.
O educador e costureiro Johnny Cleibson, fez um balanço positivo do ano, ressaltando o avanço do projeto. “Antes éramos um curso de corte e costura básico, mas com a Escola de Moda ampliamos nossa visão. Agora, abordamos empreendedorismo, precificação, público-alvo e comércio local, complementando a formação técnica. Esse salto nos permite formar profissionais mais completos e preparados para o mercado”, explicou.
Atualmente a Escola possui uma estrutura com cerca de 40 máquinas industriais de última geração. E, com formações em Oficinas de Corte, Costura e Modelagem, tem como intuito ser transformada em um ateliê capaz de gerar emprego e renda com a produção de confecções, atendendo ao mercado e a própria demanda de fardamento para projetos da Giral.
Mas a moda vai além do empreendedorismo. Felipe Marinho, de 19 anos, outro dos formandos, trás outra relação com os conhecimentos adquiridos no curso. Ator e bailarino, o jovem relata que seu interesse pelo corte e a costura veio da necessidade que notou nos espetáculos que montou e participou. “Sempre tinha alguém que costurava, mas faltava alguém pra ajudar. Aí surgiu essa vontade de aprender”. Apesar do receio inicial de ser o único homem em uma turma majoritariamente feminina, o jovem relata ter sido acolhido de braços abertos. Felipe pretende usar seus conhecimentos para fortalecer também o Maracatu do qual faz parte, o Gavião da Mata, ajudando na confecção das roupas e fantasias do brinquedo.
Assim como Felipe e Neide, outras 347 pessoas passaram pela formação da Escola de Moda da Giral. E, para além de um espaço de capacitação, nos relatos dos participantes, nota-se como a Escola tem sido um local de acolhimento, troca e transformação. A formatura foi um retrato da força dessas experiências. A iniciativa realizada pela Giral, conta com a parceria do Ministério das Mulheres – Termo de Fomento nº 951007/2023.