Onde sonhos transformam realidades, a dança e a música têm impactado a vida de muitas crianças e adolescentes da bacia do Goitá. O Projeto Meninas e Meninos da Alegria em Movimento é um exemplo vivo desse impacto, e agora depois de muita preparação, leva o espetáculo “Aruana: uma vida em canção” em turnê por vários municípios de Pernambuco. As jovens bailarinas Jailma de Freitas e Estéfane Santana intensificam as aulas e ensaios para dar o seu melhor nas apresentações, que conta também com a participação da Orquestra Meninas e Meninos da Alegria.
Sentadas no piso da sala de aula e ainda com as sapatilhas, as meninas conversam timidamente com a educadora e bailarina Katarina Justino. Para Jailma, o balé é muito mais do que uma atividade extracurricular: “Significa muito pra mim, aprendo várias coisas”. Seus olhos brilham, e nem sua timidez consegue esconder a felicidade de estar ali. Estéfane concorda e acrescenta: “Quando a gente está dançando, é meio complicado, mas é bom. A gente gosta de aprender novos passos”.
A jornada até aqui não foi fácil. “Quando a gente chegou aqui, começamos com alongamentos. Depois, fomos avançando para movimentos mais difíceis”, lembra Estéfane. A educadora Katarina destaca a evolução das meninas: “Elas começaram no chão, depois foram para a barra, e agora estão no centro, fazendo saltos e passos interligados”. A dedicação de Estéfane é particularmente notável, pois apesar de ter começado um ano depois das outras meninas, ela sempre se manteve concentrada e responsável. “Ela nunca falta às aulas”, afirma Katarina, orgulhosa.
Além das meninas que compõem o corpo de balé do espetáculo, outras tantas fazem parte das oficinas que acontecem na sede da Giral no contraturno escolar e aos finais de semana. Ketully Leal, outra educadora envolvida no projeto, comenta sobre os objetivos das oficinas, ela aponta que além das habilidades e benefícios físicos que o balé proporciona, as oficinas trazem ainda experiências enriquecedoras para além da sala de aula. “Aumento da autoestima, autocuidado, desenvolvimento de habilidades sociais, disciplina, responsabilidade e expressão artística são algumas das metas que buscamos alcançar”, aponta Ketully.
“Sementes bem plantadas brotam e não param de crescer”. É assim que Ketully responde ao ser questionada sobre os impactos das oficinas. A educadora lista benefícios ligados ao desenvolvimento físico, como coordenação motora, flexibilidade, postura, força e equilíbrio, mas frisa os impactos subjetivos dos momentos em que essas crianças se encontram na Giral. “Além disso, as crianças podem explorar e expressar seus sentimentos, ajudando no desenvolvimento emocional, inclusão social e cultural, abrindo caminhos para que elas possam sonhar com um futuro melhor”, reitera.
E por falar em sonhos, nossas bailarinas têm sonhos que vão além da dança. Enquanto Estéfane alimenta seu sonho de ser uma grande bailarina, Jailma compartilha a paixão pela dança, mas também deseja explorar outras áreas: “Quando crescer, quero continuar dançando, mas também penso em ser veterinária”.
O espetáculo “A Vida de Aruana” segue em turnê e conta com a execução de músicas que retratam a cultura popular de Pernambuco. Com uma narrativa que costura as músicas do espetáculo com poesia, a apresentação envolve música, teatro e dança. A ação é parte do Projeto Meninas e Meninos da Alegria em Movimento, uma iniciativa da Giral, com patrocínio da BB Seguros, que promove a inclusão social e o desenvolvimento de crianças e adolescentes através da música e da arte.