II Seminário Nossos Sonhos Movem o Mundo reafirma compromisso social da Giral

Entre os dias 12 e 14 de fevereiro, em Moreno-PE, a equipe da Giral esteve reunida na realização do II Seminário “Nossos Sonhos Movem o Mundo”. O evento serviu como um espaço de reflexão, alinhamento e planejamento das ações institucionais para 2025, reafirmando o compromisso da organização com a transformação social por meio de uma educação popular e contextualizada.

“Que tipo de educação estamos ofertando?” A pergunta guiou boa parte das reflexões durante o seminário. Para a Giral, a resposta está na prática: educar é um ato coletivo, dialógico e emancipador. Como bem defendia Paulo Freire, a educação só é verdadeira quando há participação e transformação.

A programação começou na manhã da quarta-feira (12) com um workshop de fotografia conduzido por Márcio Ribeiro, videomaker da Giral, com apoio da equipe de comunicação. O objetivo era aprimorar a sensibilidade e as técnicas das equipes na documentação das ações promovidas pela instituição. Em seguida, Everaldo Costa, fundador da Giral, apresentou uma análise dos diagnósticos e avaliações dos projetos desenvolvidos em 2024. Os dados coletados destacaram a relevância do trabalho da Giral e revelaram recortes sociais importantes como o de que 88% das famílias atendidas vivem com até um salário mínimo. Contudo, apontaram também os impactos positivos dos projetos nos participantes, como o aumento da autoconfiança, a melhoria na comunicação e o desenvolvimento de novas habilidades.

Resgate Histórico e Identidade Institucional

A discussão sobre o passado e o presente da Giral trouxe à tona questões fundamentais sobre a missão da organização. “Quem a gente educa? Por que e como educamos? Qual o nosso projeto político social?” Essas perguntas nortearam os debates. Everaldo relembrou as origens da Giral, destacando que a organização surgiu da luta pela comunicação como um direito humano, formando os primeiros Agentes de Desenvolvimento da Comunicação (ADC) e atuando na denúncia de violações de direitos. “A Giral surge desse lugar de busca por políticas públicas para as juventudes”, afirmou.

Leonardo Oliveira, maestro e coordenador do projeto Meninas e Meninos da Alegria em Movimento, ressaltou o papel do educador: “Não é só sobre conhecimento técnico, mas sobre estar presente, em contato direto com os estudantes”. Falas como a de Diane Oliveira ecoaram esse compromisso: “Somos espelhos para as pessoas que participam das oficinas. É fundamental valorizá-las e reconhecer sua importância”.

A reflexão sobre a metodologia freiriana esteve presente em diversos momentos, como nas palavras inspiradoras de Dona Severina, educadora da Escola de Moda. “Quando eu comecei na Giral, diziam: ‘ela não sabe ler, vai aprender o quê?’. Não sei ler nem escrever, mas sei fazer uma modelagem, sei cortar um tecido e agora tô ensinando e vou aprender muito mais!”, disse, sintetizando perfeitamente a pedagogia da prática e do saber-fazer.

Cuidando de quem cuida

No segundo dia, a psicóloga Larissa Tainá conduziu uma reflexão sobre autocompaixão e autocuidado. “Quem cuida de quem cuida?” foi a pergunta central que norteou as discussões. Adriana Bezerra, educadora, resumiu o sentimento compartilhado por todos: “Acredito que a proposta da Giral é justamente essa: olhar para as pessoas com carinho, cuidar e acolher”.

À tarde, o educador Wemisson Araújo conduziu um exercício de percepção, incentivando os participantes a observar objetos cotidianos – como plantas, sementes e pedras – sob outras perspectivas. A atividade promoveu uma compreensão crítica e sensível do mundo, em sintonia com a visão freiriana de que “não existe educação popular sem escuta, participação e transformação”.

Traçando rotas

O último momento do seminário foi dedicado ao planejamento das ações para 2025. A partir dos objetivos estabelecidos em cada um dos projetos, as respectivas equipes estruturaram suas atividades para o ano. Nas apresentações dos grupos, ficou evidente – seja no trabalho com idosos ou crianças, ou em temas como incentivo à leitura e conscientização ambiental, no letramento ou na introdução a programação – como a Giral atua em múltiplos espaços, sempre guiada pelo princípio de uma educação popular e emancipadora, ligada à força e à possibilidade de transformação social.

O encerramento do seminário se deu com um grande círculo, onde os participantes compartilharam sentimentos e impressões sobre o encontro. Everaldo sintetizou o espírito do evento: “Seguimos com a Giral, trabalhando pela transformação que desejamos para o mundo”.

Como dizia Paulo Freire, “a educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Seguimos, mais uma vez, reafirmando nossa missão de ser parte desse processo.

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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O Giral realiza processos que corroboram com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram adotados em 2015, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para unir forças em prol de uma Agenda Mundial de Desenvolvimento Sustentável, que deve ser cumprida até o ano de 2030. Entre eles, destacam nas ações da instituição, os compromissos com os objetivos: