Arte e Educação: Exposição “Olhares Rurais” recebe visita de crianças da Creche Maria Belina

Na última terça-feira(03), o Centro Cultural Mestre José Lopes, em Glória do Goitá, recebeu uma visita especial: turmas da educação infantil da Creche Municipal Maria Belina Vieira Miranda mergulharam, pela primeira vez, no universo da arte e da cultura popular da sua própria cidade. A visita integrou as ações do projeto Educação e Vivências Inclusivas e foi marcada por olhares curiosos e muitas descobertas. As crianças, com idades entre 2 e 4 anos, participaram de uma mediação lúdica pela exposição Olhares Rurais: Memórias e Transformações do Campo, seguida de atividades educativas que abordaram temas ligados ao cuidado com o meio ambiente. A iniciativa foi realizada com o apoio da Secretaria de Cultura e Esportes do município. Para a coordenadora do projeto, Renata Uchôa, o momento teve uma potência única. “As telas inspiraram conversas sobre a cidade, os bichos, as casas de barro… tudo a partir do ponto de vista das crianças. Foi uma oportunidade de trabalhar, de forma sensível, a coordenação motora, a percepção estética e o pertencimento ao território. Mesmo tão pequenas, elas absorvem e devolvem em forma de expressão tudo que é vivido com afeto e estímulo.” A professora Iva Lima destacou o quanto essa vivência fora do ambiente escolar convencional é significativa. “É gratificante, porque é um aprendizado diferente pra eles. Eles fazem a leitura das telas a partir do lugar onde estão, com a linguagem e os sentidos deles. Apesar de serem tão pequenos, têm muito a nos ensinar.” A atividade reforça o compromisso da Giral com uma educação integral, que valoriza o brincar, a arte e o território como ferramentas de formação cidadã desde a primeira infância. Para além da visita, ficou a lembrança – e talvez a semente – de que a cultura local é também lugar de infância, imaginação e pertencimento. A exposição Olhares Rurais segue aberta ao público até o final de junho, no Centro Cultural Mestre José Lopes. A ação integra o projeto Educação e Vivências Inclusivas, uma realização da Giral com apoio do Programa Amigo de Valor, do Santander.
Nutrição afetiva: formação promove escuta e acolhimento com famílias na Giral

Na última terça-feira (28), a sede da Giral voltou a ser espaço de partilha, escuta e afeto. Dando continuidade ao ciclo de formações promovido pelo Setor Psicossocial da organização, o segundo encontro com famílias abordou o tema “Nutrição Afetiva” — destacando o cuidado emocional como dimensão essencial da maternidade e das relações familiares. A atividade foi conduzida pela psicóloga voluntária Anamelia Poggi, com a coordenação de Nayara Tamires, psicopedagoga e coordenadora do setor. Como bem pontuado por Anamélia, para além de apresentar teorias, a proposta da formação foi a de trabalhar a partir das experiências e dos sentimentos vividos pelos participantes. “A escolha foi trabalhar com a realidade. A partir das histórias dos participantes, criamos um espaço vivo, em que todos se envolveram de forma sensível e profunda. A ideia era homenagear as mães, fortalecer sua autoestima e reconhecer a importância do seu papel no mundo”, explicou a psicóloga. A manhã começou com uma dinâmica de escuta: cada participante era convidado a perguntar à pessoa ao lado como ela estava. Um gesto simples, mas que abriu portas para o afeto e a atenção genuína. Em seguida, histórias foram compartilhadas e, em um dos momentos mais marcantes, uma dessas histórias foi encenada de forma coletiva, trazendo reflexões sobre amor, confiança e a importância do suporte dentro da família. “Foi um momento verdadeiramente especial e integrador”, avaliou Nayara. “Refletimos sobre como o cuidado vai muito além das necessidades físicas. A nutrição afetiva, esse alimento invisível, mas essencial, nos lembra que amar também é escutar, estabelecer limites e acolher as emoções das crianças com presença e empatia.” Para Severina Ramos, que participou do encontro, a troca de histórias foi o que mais tocou. “Pra mim foi muito bom. Aprendi muitas coisas”, contou. Já Manuel de Lira ressaltou o poder do reconhecimento mútuo: “Além do aprendizado com a história que foi encenada, pude compartilhar minhas vivências. É muito importante quando a gente troca conhecimentos que vêm da própria vida.” A proposta da formação segue um compromisso assumido pela Giral com famílias atendidas pelos seus projetos: criar espaços de apoio emocional e fortalecimento dos vínculos familiares. “A formação tocou em temas profundos e necessários: a maternidade como missão afetiva, a importância da nutrição emocional na criação dos filhos e a responsabilidade que permeia a educação”, destaca Nayara. Os encontros mensais seguem como parte das ações integradas aos projetos desenvolvidos pela Giral. Para quem participa, são momentos que reafirmam que, assim como na educação, no afeto também se aprende — um passo de cada vez, construindo relações mais saudáveis, humanas e transformadoras.